sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Elogiando o vazio!

 Já notaram que quando dizemos “A vida é engraçada” a última coisa que queremos dizer é que estamos rindo?
 Na verdade essa expressão quer dizer que a vida é ridícula, não tem menor sentido, pois não somos capazes de entender a razão de ser de determinados acontecimentos. Os quais eu, como cristã, atribuo tais fatos a Deus ainda que, humanamente falando, seja algo ‘ruim’.

 Mas ao contrário do que o desabafo possa ter dado a entender, não vou descrever nenhuma tragédia, ou talvez não da forma que vocês imaginam. Vendo algumas coisas no Facebook, algo dentro de mim se revoltou.

 Liberdade de expressão? Todos têm.
Graças a Deus não estamos mais em 1964 e ninguém precisa se preocupar com exílio na hora de publicar o que lhe vier à mente, desde que não denigra a moral de outros de acordo com o código civil e blablabla... também não vou dar uma aula de direito. Mas inegavelmente a onda de campanhas Anti-Bullying tem se espalhado mundialmente e, infelizmente, surtindo menos efeito do que o que se gostaria. Isso porque é fácil publicar “Respeite o próximo” nas redes sociais. Difícil é fazer isso na prática, quando desliga o computador.

 Daí, fiquei pensando na quantidade de gente “feia” que sofre Bullying (No popular, xacota. E ao meu ver, TORTURA PSICOLÓGICA) por aí. Pessoas que não têm culpa de suas aparências não muito comuns para o padrão da sociedade e aquele blábláblá todo. Óbvio que tem muita gente “bem resolvida” que já conseguiu sair do drama e seguir sua vida de cabeça erguida, como é o caso de Lizzie Velasquez, a quem tenho profunda admiração e respeito pois é MUITO triste eu não ter lembrado do nome dela e ter que procurar na internet como “mulher mais feia do mundo” para achar o seu nome.
 Não vou ser hipócrita e dizer que ela é bonita, mas a importância disso é tão nenhuma que chego a ficar sem palavras de pessoas que a menospreza por uma mera questão de ‘casca-de-ovo’ (como diria minha querida irmã Rek Sousa).

 Estou falando alguma novidade? Ainda não.
Estou querendo causar impacto? Muito menos... até porque não trabalho pro João Kleber muito menos pra Oprah. Aonde quero chegar?

 É agora que entra o ponto chave da minha questão... Quem disse que só sofre disso quem tem atributos ‘negativos’??
Vejo pessoas bonitas sendo alvo de piadas disfarçadas. E foi isso que vi no face hoje... uma pessoa do meu apreço sendo bombardeada de elogios como se falassem de um objeto sexual inanimado.

 Ciúme? Hmm... prefiro chamar de cuidado.
 Eu realmente encaro esses elogios como lâminas afiadas. Pois são elogios tolos, vagos, que aos poucos vão criando uma crosta de ego ao redor de um bom caráter.

 Então devo não elogiar uma pessoa bonita por ela ser bonita? A minha questão não é essa... e sim o propósito desse elogio. O que você está realmente elogiando. Uma casca inanimada?
 É bem antiga a jargão de que “Os feios também amam”. Mas é óbvio. É fácil amar e ser amado quando se é feio. Pois segundo o próprio paradigma social, “Só pode gostar, porque pense numa peste feia”... ou vai dizer que essa lógica nunca lhe passou na mente? 

Eu digo o contrário... Os lindos também amam. E sofrem. Não estou falando por mim, que nem me acho a mais linda das criaturas e também nem a mais feia, mas falo por aquelas pessoas que realmente chamam atenção dos olhos alheios. Essas pessoas não são robôs, elas tem sentimento, e por mais difícil que seja pra você aceitar isso, elas também PEIDAM, fazem XIXI e fazem COCÔ (Mãe, pode ter certeza que só não usei outros termos em sua grandiosa consideração). Ah, e fede, tá? Tipo, humanos. Os quais não vão derreter pela falta de um elogio exacerbado.

 Quer saber o que eu penso?
 Eu não ligo para cor dos seus olhos se eles forem ternos.
 Eu não ligo se seu braço é forte se ele me abraçar.
Eu não me importo com sua boca se ela sorrir pra mim.
 A beleza de teu corpo não é nada que possa ser comparada a doçura da tua alma.
Simples assim.

Danie Pip S.

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